Com o apoio do Fundo Nacional de Solidariedade (FNS) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), iniciativa que financia empreendimentos locais e ambientalmente sustentáveis, fomentando o desenvolvimento comunitário com base nas necessidades, práticas e culturais locais, a arquidiocese da Paraíba, por meio da Ação Social Arquidiocesana (ASA) desenvolveu em 2015 através da Casa de Convivência João Paulo II, um programa de assistência e prevenção direcionado a pessoas que vivem e convivem com HIV/AIDS.
À época, o tema da Campanha da Fraternidade era “Eu vim para Servir” e o foco do projeto intitulado “Vida Positiva” tinha como objetivo levar à população mais simples meios baratos, eficientes, seguros e de fácil aquisição através do poder preventivo das plantas medicinais. O inusitado é que a iniciativa se propunha a formar um grupo de vinte pessoas vivendo e convivendo com HIV/AIDS para passar por capacitações de estudos das plantas e de elaboração dos remédios caseiros, acompanhado de uma terapeuta com formação fitoterápica.
O projeto obteve tanto sucesso que nos anos seguintes, em 2017 e 2018, novas propostas foram integradas, culminando no Espaço Vida Positiva Irmã Veneranda, que hoje tem o intuito de integrar de forma harmônica os saberes populares com as diversidades das plantas medicinais, óleos vegetais, fabricação de sabão ecológico, cromoterapia, massoterapia, entre outras iniciativas.
O secretário-executivo da Ação Social Arquidiocesana, padre Egídio de Carvalho Neto explica que os medicamentos fitoterápicos tanto são usados pelos próprios portadores do vírus HIV/AIDS como também por pessoas de baixa renda. “É um projeto muito interessante, primeiramente porque ele produz renda para os próprios portadores que estão produzindo esses medicamentos, segundo porque a intenção desses medicamentos é a de que eles possam auxiliar no tratamento que os portadores fazem nos hospitais de referência”, conta.
Por meio do uso dos medicamentos fitoterápicos, resultados significados foram obtidos em vários aspectos, tais como diminuição de dores crônicas e articulares; maior sensação de conforto em relação a dores crônicas; introdução de hábitos alimentares saudáveis, entre outras melhorias. Com base nesses resultados, padre Egídio conta que a Ação Social Arquidiocesana da Paraíba decidiu inscrever o projeto junto ao Ministério da Saúde e a outras entidades. “Quando o pessoal tomou conhecimento nos pediu informação e aí fomos convidados a participar de várias iniciativas”, conta.
O projeto tomou tanta proporção que resultou em um trabalho científico aprovado para ser exposto no XII Congresso da Sociedade Brasileira de DST/ VIII Congresso Brasileiro de AIDS e o III Congresso Latino Americano IST/HIV/AIDS, que irá ocorrer no período de 22 a 25 de setembro, em Foz do Iguaçu (PR). O trabalho tem como título “As terapias naturais e complementares aplicadas em pessoas com HIV e AIDS como práticas preventivas e coadjuvantes da Medicina Convencional”.
Cartilha
Para além de promover impactos sociais e culturais, a Casa de Convivência João Paulo II organizou uma cartilha com o objetivo de ser um manual de orientação, um guia de práticas populares tradicionais. “Este conteúdo será de grande apoio para as oficinas e um auxílio concreto para o dia a dia das pessoas”, afirma a coordenadora da Casa de Convivência João Paulo II, Maria Goretti Felismino, na carta de apresentação do texto.
FNS
Entidades sociais sem fins lucrativos e/ou de apoio a movimentos sociais que estejam habilitados preferencialmente a trabalhar com a temática proposta pela Campanha da Fraternidade 2019 que é “Fraternidade e Políticas Públicas”, e que estejam com a situação fiscal regular, podem se inscrever até o dia 12/09, pelo site (http://fns.cnbb.org.br/fundo/informativo/index) para receber apoio do Fundo Nacional de Solidariedade (FNS). E enviar as propostas pelos Correios até o dia 14/09 deste ano. Os processos de recebimento, análise, deferimento e acompanhamento das iniciativas estão sob a responsabilidade do Departamento Social da CNBB e do Conselho Gestor do FNS.
Commentaires